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quinta-feira, 22 de julho de 2010

Resenha

O QUE É LEITURA.

MARTINS, Maria Helena. O que é leitura. 19 ed. São Paulo: Brasiliense, 1994.
(Coleção Primeiros Passos).

O que é Leitura de Maria Helena Martins apresenta alguns tipos de leitura, ou seja, não se limita somente em ler palavras, mas fazer leitura de determinadas situações, sobretudo lutar para não nos tornarmos seres desvairados.
No decorrer do livro a autora cita inúmeros exemplos de leitura de mundo, narrando às sensações que a leitura do mundo nos causa e a preferência particular por diferentes gêneros de leitura intelectual. O livro ainda nos apresenta três tipos de níveis de leitura, são eles: sensorial, emocional e racional. O nível sensorial traduz no primeiro contato com o texto ou situação. O nível emocional nos leva a interpretação subjetiva que o nível sensorial nos trouxe, enquanto que o nível racional (presente em textos narrativos) busca a interpretação correta, a objetividade dentro da situação ou texto em leitura. Sendo que a combinação desses três níveis em situações diferentes acarretará em novas interpretações, pois adquirimos mais conhecimento facilitando melhor a compreensão do texto. Sua obra também nos leva a enfatizar a hipótese de tentar produzir textos, mostrando o mundo a partir do nosso próprio entendimento.
Segundo o texto, “O que é leitura”, os primeiros passos para aprender a ler é compreender, perceber e dar sentido ao que e quem nos rodeia. Portanto, é algo natural. A autora ressalta que alguns pesquisadores afirmam que se aprende a ler lendo, mas, na sua concepção aprende-se a ler vivendo.
O gosto pela leitura se inicia no contexto pessoal, porém é necessário valorizá-lo para ir além dele. Ela faz uma abordagem teórica a respeito da leitura citando um trecho escrito por Paulo Freire: "A leitura do mundo precede sempre a leitura da palavra e a leitura desta implica a continuidade da leitura daquela." Ou seja, ato de ler nos possibilita a compreensão do mundo, que conviver com ele e até mesmo de modificá-lo, á medida que incorporamos experiências de leitura.
Martins diz que a leitura pode ser um instrumento de poder pelos dominadores, mas que pode também vir a ser a libertação dos dominados. Visto que, a palavra escrita é um instrumento de comunicação, um registro de relações humanas, das ações e aspirações humanas. E ressalta que, o ato de ler sempre estará ligado à interação das condições interiores e das exteriores, isto é, respectivamente subjetivas e objetivas.
Segundo Martins a leitura é um instrumento libertador e passível de ser usufruído por todos, não apenas pelos letrados, visto que, o hábito de ler cria uma ponte para o processo educacional eficiente, proporcionando a formação integral do indivíduo. A leitura liberta o homem, pois o ato de ler consente a descoberta de características comum e diferenças entre os indivíduos, grupos sociais, várias culturas, além de incitar a fantasia como também à consciência da realidade objetiva, proporcionando elementos para uma atitude critica, apontando alternativas.
Em sua obra a autora questiona a “decodificação versus compreensão”, nos trazendo à conclusão que ambas são necessárias. Pois decodificar sem compreender é inútil, bem como, compreender sem decodificar é impossível. Afirma ainda que, a leitura é uma experiência individual. A verdadeira leitura ocorre a partir do diálogo do leitor com o objeto lido, seja ele sonoro, uma imagem, um livro ou um gesto.
O livro nos remete a uma reflexão na falta de humanização do sistema educativo, quando se centraliza o saber ao invés do educador ajudar a desenvolver seus educados. Diante disso, o papel do educador seria o de criar condições para o educando realizar a sua própria aprendizagem, de acordo com seus interesses, fantasias, necessidades segundo as dúvidas e as exigências que a realidade lhe apresenta. Porém a escola é onde a maioria aprende ler e escrever e a utilização preponderante do livro didático tornam este aprendizado muito limitado.
Para nós a leitura desta obra nos propiciou um alto desenvolvimento crítico a uma habilidade de interpretação das diversas leituras intelectuais e do mundo, acreditamos que toda e qualquer leitura, mesmo que fútil, chata, critica ou obrigada, não deve ser marginalizada ou descriminada.
Neste sentido, podemos afirma que ler nos permite conhecer o mundo e tudo que nele há, mas ampliar a leitura pressupõe transformações na visão de mundo e também na visão cultural, além de ser uma maneira de conquistar a autonomia e de deixar de ler pelo olhar do outro.

Acadêmicas: Ada Lúcia e Cibele

2 comentários:

  1. Prof. Cleomar Locatelli27 de julho de 2010 às 05:13

    A análise do livro de Maria Helena Martins ficou bem interessante. Sobretudo, quando destaca que o domínio da leitura é decodificação e é compreensão, é libertação, é poder...
    Assim, boa parte dos que hoje ingressam nas escolas, mesmo que tenham concluído o ensino fundamental e até o ensino médio, não serão leitores.

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  2. achei muito interessante sua análise, concordo em partes com vc. leitura é um instrumento de poder, cabendo a vcs levar essa informação para seus alunos. p.s.:a cor da tinta que vcs usaram dificulta a leitura pois é muito intensa.

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